“Honor estava ansiosa pelo Culto, pois não comparecia a um desde que esteve na Filadélfia e sentia falta da sensação de paz que costumava ter. Em geral, a plateia dos Cultos costumava demorar um pouco para se acalmar e ficar em silêncio, como um lugar onde a poeira levantasse e precisasse baixar. As pessoas se mexiam em seus lugares até achar uma posição confortável, arrastavam os pés no chão e tossiam, aquela agitação refletia o que se passava na cabeça delas, ainda ativas com as preocupações do dia. Mas, uma por uma, elas deixavam de lado os problemas com trabalho, colheita, comida e se concentravam na Luz Interior que era a manifestação de Deus nelas. O Culto começava em silêncio, que ia se alterando até um momento em que o próprio ar parecia se adensar. Não havia qualquer sinal exterior, mas dava para perceber que o Culto começava a se concentrar em algo muito mais forte e profundo. Era então que Honor mergulhava em si mesma. E quando chegava ao lugar que procurava, podia ficar por muito tempo e ver que os Amigos em volta também estavam lá.” – Tracy Chevalier: A Última Fugitiva