Nin jamais havia visto um cavalo de verdade, só nas páginas dos livros de figuras, mas o cavalo branco que bateu os cascos pela rua até eles não era nada parecido com os cavalos que imaginava. Era maior, muito maior, com uma cara comprida e séria. Havia uma mulher montada no dorso em pelo do animal, usando um vestido cinza e longo que pendia e cintilava sob a lua de dezembro como teias de aranha no orvalho.
Ela chegou à praça, o cavalo parou e a mulher de cinza deslizou facilmente dele, colocando-se de pé na terra, de frente para todos, os vivos e os mortos.
Ela fez uma reverência.
E, como um só, eles se curvaram ou retribuíram a reverência, e a dança recomeçou.
“A Dama de Cinza agora irá
Pela Dança Macabra a todos levar.”
— Neil Gaiman: O Livro do Cemitério